• Curitiba, 03/03/2025
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Quarto Paciente nos EUA Recebe Transplante de Rim de Porco com Sucesso

Procedimento inovador marca mais um avanço na medicina e traz esperança para pacientes em fila de transplante

Portal de Notícias de Curitiba.
Quarto Paciente nos EUA Recebe Transplante de Rim de Porco com Sucesso Tim Andrews (centro), de 66 anos, com os médicos que realizaram a cirurgia, Dr. Tatsuo Kawai (esquerda) e Dr. Leonardo V. Riella (direita) – Foto: Divulgação/Hospital Geral de Massachusetts

Quarto Paciente Recebe Transplante de Rim de Porco Geneticamente Modificado nos EUA

O avanço da medicina regenerativa deu mais um passo significativo com o recente transplante de um rim de porco geneticamente modificado em um paciente humano. Tim Andrews, de 66 anos, residente em Boston, tornou-se o quarto paciente nos Estados Unidos a se submeter a esse procedimento inovador. O transplante foi realizado no dia 25 de janeiro no Hospital Geral de Massachusetts, instituição que confirmou a notícia em um comunicado oficial na última sexta-feira (7).

Andrews enfrentava uma batalha contra a doença renal terminal e estava em diálise há mais de dois anos, um processo desgastante que limita significativamente a qualidade de vida dos pacientes. Durante esse período, ele sofreu várias complicações graves, incluindo um ataque cardíaco em 2023. No entanto, sua jornada ganhou um novo rumo com o transplante. Apenas uma semana após a cirurgia, ele recebeu alta hospitalar, demonstrando uma recuperação surpreendente.

“Assim que acordei após a cirurgia, a nuvem da diálise desapareceu. Senti-me revigorado e revitalizado. Foi um milagre”, relatou Andrews, expressando sua gratidão e alívio ao hospital. Atualmente, ele é uma das duas pessoas no mundo que vivem com um rim de porco geneticamente modificado. A outra paciente, Towana Looney, de 53 anos, já ultrapassou a marca de 75 dias convivendo com sucesso com seu novo órgão, demonstrando o potencial desse tipo de transplante para revolucionar o tratamento de insuficiência renal.

Avanços Genéticos e Biotecnológicos

O sucesso desses transplantes está diretamente relacionado aos avanços na engenharia genética. Para que o órgão seja aceito pelo corpo humano, os porcos doadores passam por um processo rigoroso de modificação genética. No caso do rim transplantado em Andrews, foram realizadas 69 alterações genéticas específicas. Genes suínos que poderiam desencadear respostas imunológicas adversas foram removidos, enquanto genes humanos foram adicionados para melhorar a compatibilidade do órgão.

Além disso, os pesquisadores inativam retrovírus endógenos suínos, um passo crucial para eliminar o risco de infecção viral após o transplante. Esse nível de precisão genética é resultado de anos de pesquisa em biotecnologia e engenharia genética, áreas que vêm avançando rapidamente com o apoio de empresas especializadas, como a eGenesis. O primeiro transplante de rim de porco geneticamente modificado foi realizado em 2024, marcando o início de uma nova era na medicina de transplantes.

“Esse procedimento vai além de um marco científico – representa uma nova fronteira na medicina”, afirmou Michael Curtis, PhD, CEO da eGenesis. O impacto potencial dessa inovação é imenso, considerando a crise de escassez de órgãos para transplante nos Estados Unidos e em todo o mundo.

O Desafio da Escassez de Órgãos

Atualmente, mais de 100 mil pessoas aguardam um órgão para transplante nos Estados Unidos, de acordo com dados da UNOS (Rede Unida para o Compartilhamento de Órgãos). Infelizmente, cerca de 17 pessoas morrem todos os dias enquanto estão na fila de espera, uma estatística alarmante que destaca a urgência de novas soluções. O uso de órgãos de porcos geneticamente modificados pode ser uma resposta promissora a essa crise.

O transplante de Andrews faz parte de um protocolo experimental autorizado pela Agência de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA). Esse protocolo permite que pacientes com doenças graves e em risco iminente de vida tenham acesso a tratamentos experimentais quando não há outras opções terapêuticas disponíveis. Embora ainda em fase experimental, os resultados positivos observados até agora oferecem esperança de que, no futuro, esses procedimentos possam se tornar uma prática clínica padrão.

O Futuro dos Xenotransplantes

O campo dos xenotransplantes, que envolve o transplante de órgãos de uma espécie para outra, tem enfrentado inúmeros desafios ao longo das décadas, principalmente devido à rejeição imunológica e ao risco de transmissão de doenças. No entanto, os recentes avanços em engenharia genética e imunologia estão superando essas barreiras históricas. A combinação de técnicas de edição genética, como o CRISPR, com protocolos rigorosos de controle de infecções, tem possibilitado resultados antes inimagináveis.

Para pacientes como Tim Andrews e Towana Looney, esses avanços significam não apenas uma nova chance de vida, mas também uma melhoria substancial na qualidade de vida. Eles representam pioneiros de uma revolução médica que poderá beneficiar milhões de pessoas no futuro. À medida que mais estudos são realizados e mais pacientes recebem esses transplantes, espera-se que o conhecimento acumulado ajude a otimizar ainda mais os procedimentos, reduzindo riscos e aumentando as taxas de sucesso.

O caso de Tim Andrews é um testemunho do poder da inovação científica e do impacto transformador da biotecnologia na medicina moderna. Embora ainda haja desafios a serem superados, o futuro dos transplantes de órgãos parece mais promissor do que nunca.





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