• Curitiba, 01/03/2025
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Rio de Janeiro será palco da Cúpula do BRICS em julho, confirma ministro das Relações Exteriores

Encontro reunirá líderes das maiores economias emergentes do mundo e reforçará o protagonismo do Brasil no cenário internacional.

Portal de Noticias de Curitiba
Rio de Janeiro será palco da Cúpula do BRICS em julho, confirma ministro das Relações Exteriores Ministro brasileiro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil


O Rio de Janeiro será novamente o centro das atenções mundiais ao sediar a aguardada reunião da cúpula do BRICS, bloco composto por economias emergentes de destaque global. O anúncio oficial foi feito pelo ministro brasileiro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, no último sábado (15). O encontro está marcado para os dias 6 e 7 de julho e deve reunir os líderes de nações como Rússia, Índia, China, África do Sul e, pela primeira vez como membro pleno, a Indonésia. A presidência rotativa do BRICS foi assumida pelo Brasil em janeiro deste ano, o que reforça o protagonismo do país no cenário diplomático internacional. O anúncio foi realizado durante uma reunião entre Vieira e o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), no Palácio da Cidade, em Botafogo, zona sul da capital fluminense. Em um vídeo divulgado nas redes sociais, o chanceler destacou a importância da cúpula para o desenvolvimento econômico e social dos países-membros. Segundo Vieira, decisões relevantes para o futuro do bloco e para a qualidade de vida das populações dessas nações serão tomadas durante o evento.

A escolha do Rio de Janeiro como sede do encontro não foi por acaso. A cidade já demonstrou sua capacidade de receber grandes eventos internacionais, como a 19ª Cúpula de Chefes de Estado do G20, em novembro do ano passado, e os Jogos Olímpicos de 2016. O prefeito Eduardo Paes agradeceu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela confiança depositada na cidade e ressaltou que o Rio possui uma vocação natural para ser a vitrine do Brasil perante o mundo. Segundo Paes, a realização de eventos dessa magnitude fortalece a imagem da capital fluminense como um dos principais centros políticos e econômicos da América Latina. Além disso, o encontro do BRICS deve movimentar a economia local, gerando empregos temporários e impulsionando setores como hotelaria, turismo e transporte. A expectativa é que milhares de profissionais, entre delegações estrangeiras, jornalistas e agentes de segurança, desembarquem na cidade nos dias que antecedem a cúpula.

O encontro dos líderes do BRICS ocorre em um momento sensível da geopolítica mundial, marcado por tensões envolvendo a guerra na Ucrânia e conflitos no Oriente Médio. A última reunião do grupo foi realizada em 2023, na cidade de Joanesburgo, na África do Sul. Na ocasião, foi aprovada a ampliação do bloco com a inclusão de novos países, como Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito, Etiópia e Irã. Para o encontro deste ano, o Brasil tem o desafio de conduzir diálogos que promovam a estabilidade e a cooperação entre as nações, especialmente diante da polarização global e da crescente rivalidade entre potências como Estados Unidos e China. Outro tema que deve ganhar destaque é a busca por alternativas ao dólar no comércio internacional, uma pauta defendida principalmente por Rússia e China, que veem na criação de uma moeda comum do BRICS uma possibilidade de reduzir a dependência do sistema financeiro ocidental.

Outro ponto que deve estar na agenda da cúpula é a intensificação das parcerias estratégicas no campo energético, tecnológico e da segurança alimentar. Países como Índia e Indonésia buscam ampliar o intercâmbio comercial e firmar acordos que garantam o fornecimento de insumos agrícolas e combustíveis em meio às incertezas causadas pelos conflitos internacionais. Para o Brasil, a reunião também representa uma oportunidade de fortalecer suas exportações de produtos como soja, carnes e minérios, que têm grande aceitação nos mercados asiáticos e africanos. O governo brasileiro também espera consolidar parcerias no setor de transição energética, atraindo investimentos em energias renováveis e projetos de sustentabilidade ambiental.

A cúpula do BRICS no Rio de Janeiro terá ainda um caráter simbólico, por acontecer poucos meses antes da COP30, a conferência do clima da ONU, prevista para novembro de 2025, em Belém, no Pará. Os debates sobre mudanças climáticas e desenvolvimento sustentável devem permear as discussões entre os líderes, que buscam soluções conjuntas para enfrentar os desafios ambientais que afetam diretamente as economias emergentes. O Brasil, por sua vez, pretende utilizar a presidência do BRICS para reforçar seu compromisso com a preservação da Amazônia e cobrar das potências mundiais maior apoio financeiro aos países em desenvolvimento na luta contra o desmatamento e o aquecimento global.

Além das reuniões oficiais entre os chefes de Estado, a cúpula do BRICS contará com fóruns empresariais e encontros bilaterais que visam fortalecer as relações comerciais entre os países-membros. O setor privado terá espaço para apresentar projetos e buscar parcerias em áreas como infraestrutura, tecnologia da informação e desenvolvimento urbano. Empresários brasileiros esperam que o evento impulsione a internacionalização de companhias nacionais e facilite o acesso a mercados estratégicos da Ásia e da África, regiões que vêm registrando crescimento expressivo nos últimos anos.

A segurança do evento será tratada como prioridade pelas autoridades brasileiras. O esquema de proteção contará com a participação das Forças Armadas, Polícia Federal e órgãos de segurança estaduais e municipais. Barreiras de segurança serão instaladas em pontos estratégicos da cidade, e haverá monitoramento por câmeras e drones. A expectativa é que o planejamento seja similar ao adotado na cúpula do G20, que garantiu a realização do evento sem incidentes graves. O desafio, no entanto, será equilibrar a segurança reforçada com a rotina dos moradores e turistas que circulam diariamente pelo Rio de Janeiro.

A reunião do BRICS será um dos eventos diplomáticos mais relevantes do ano para o Brasil, e os resultados das discussões podem influenciar diretamente as políticas econômicas e comerciais do país nos próximos anos. Com a inclusão da Indonésia e de outros novos membros, o bloco se consolida como uma força geopolítica de peso, capaz de rivalizar com as potências ocidentais e ampliar a voz dos países do Sul Global nas decisões internacionais. O Rio de Janeiro, por sua vez, terá a chance de se reafirmar como uma cidade global, preparada para sediar debates que moldam o futuro das relações internacionais e do desenvolvimento sustentável.














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