• Curitiba, 01/03/2025
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Pesquisa da Quaest Revela: 8 em Cada 10 Brasileiros Sentem o Impacto do Aumento nos Preços dos Alimentos

Levantamento aponta que a maioria dos brasileiros está enfrentando dificuldades com a alta dos preços, afetando diretamente o orçamento familiar.

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Pesquisa da Quaest Revela: 8 em Cada 10 Brasileiros Sentem o Impacto do Aumento nos Preços dos Alimentos A alta no preço dos alimentos impactou a imagem do governo Lula – Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil/Arquivo


A recente pesquisa divulgada pela Quaest neste domingo (16) revelou que a alta no preço dos alimentos e das contas de água e energia elétrica tem sido sentida por brasileiros de todas as classes sociais, gerando impacto significativo na economia familiar e na imagem do governo Lula. A pesquisa, realizada com 2.000 pessoas, detalha as percepções dos brasileiros sobre os aumentos de preços e a inflação, confirmando as preocupações que já haviam sido apontadas por números do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). De acordo com a Quaest, 8 em cada 10 brasileiros sentem que o preço dos alimentos subiu, com uma percepção de alta que não distingue as classes sociais, embora os impactos financeiros variem conforme a renda familiar.

Os dados apontam que, independentemente da classe social, a grande maioria dos brasileiros está percebendo um aumento nos preços dos alimentos, e os números mostram um consenso de que a alimentação se tornou mais cara em 2024. O levantamento revela que apenas uma pequena parcela de 10% das pessoas afirmou que os preços estão mais baixos, com o restante se dividindo entre quem percebeu uma alta e quem acredita que os preços se mantiveram estáveis. Quando analisado por classes sociais, a percepção de estabilidade nos preços oscila entre 11% (para as famílias de classe baixa) e 14% (para as de classe alta), indicando que, embora a alta dos preços afete todos os grupos, a classe alta sente uma menor oscilação. Além disso, os dados da Quaest corroboram o que foi divulgado pelo IPCA, que indicou uma alta acumulada de 5,4% no preço dos alimentos nos últimos cinco meses, superando a inflação do ano de 2024, que é de 4,83%.

Este aumento nos preços dos alimentos é especialmente impactante quando observamos os itens que mais influenciaram a alta. Em janeiro, o preço de produtos como cenoura (36,14%), tomate (20,27%) e café moído (8,56%) puxaram as altas do setor alimentício, conforme os dados do IPCA. Além disso, fatores climáticos adversos durante o ano de 2024 também contribuíram para os aumentos, com condições climáticas extremas afetando a produção de alimentos em várias regiões do país. Fernando Gonçalves, gerente responsável pelo IPCA, mencionou que os preços alimentícios foram especialmente impactados por essas adversidades, que afetaram a oferta de alguns itens essenciais.

Em paralelo ao aumento nos preços dos alimentos, os serviços essenciais também sofreram elevações. As tarifas de água e eletricidade foram outras fontes de pressão no orçamento das famílias, especialmente entre as de classe baixa. De acordo com os dados, 69% das famílias da classe baixa relataram sentir o impacto do aumento das tarifas, enquanto esse número foi reduzido para 64% nas classes média e alta. O aumento das contas de água e esgoto foi registrado por três meses consecutivos, com uma variação de 0,97% em janeiro, a maior variação mensal desde 2023. Já as tarifas de energia elétrica tiveram uma queda de 14,4% em janeiro, impulsionada por um desconto concedido a consumidores que consumiram menos de 350 kWh em um mês de 2023. Esse “Bônus Itaipu”, aprovado pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), beneficiou 78 milhões de consumidores e ajudou a conter um possível aumento maior da inflação.

A pesquisa da Quaest não só detalha os impactos econômicos, mas também reflete as percepções da população sobre o desempenho do governo Lula, especialmente em relação ao aumento no preço dos alimentos. Esse aumento tem gerado um reflexo negativo na imagem do governo, sendo apontado como um dos principais motivos para a queda de popularidade do presidente. Em uma tentativa de aliviar a pressão sobre o bolso dos brasileiros, Lula chegou a pedir, em entrevista às rádios Metrópole e Sociedade, da Bahia, que os consumidores deixassem de comprar produtos considerados caros, destacando a importância da população como um agente de controle da inflação. "Uma das coisas mais importantes para a gente poder controlar o preço é o próprio povo. Se você vai ao supermercado e desconfia que tal produto está caro, você não compra", disse o presidente.

A alta dos preços, especialmente dos alimentos, tem sido vista como um dos principais fatores para a queda na aprovação do presidente Lula, que passou de 35% para 24% de aprovação em apenas dois meses, conforme pesquisa do Datafolha. Esta queda representa um patamar inédito para o petista em suas três passagens pelo Palácio do Planalto. A reprovação também atingiu um recorde, subindo de 34% para 41%. Esse cenário político de crescente descontentamento reflete o impacto econômico no cotidiano das famílias brasileiras, que enfrentam dificuldades para lidar com a alta nos preços e o custo de vida.

Em suma, os dados coletados pela Quaest e os índices oficiais do IPCA indicam que a alta no preço dos alimentos e dos serviços essenciais tem gerado uma sensação generalizada de insatisfação entre os brasileiros. A inflação, somada a outros fatores como as condições climáticas adversas e a instabilidade econômica, tem pressionado as finanças das famílias e prejudicado a imagem do governo Lula. As autoridades agora enfrentam o desafio de encontrar soluções eficazes para controlar os preços e aliviar o impacto da alta da inflação, enquanto tentam recuperar a confiança da população.













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