No último sábado, 15 de fevereiro de 2025, o clássico paranaense entre Paraná Clube e Coritiba, realizado na Vila Capanema, foi marcado por um incidente inusitado que chamou a atenção da imprensa internacional. Durante a partida válida pela última rodada do Campeonato Paranaense, o zagueiro Diego Ivo, do Paraná Clube, foi expulso após cometer uma falta em Dellatorre, do Coritiba. O árbitro Matheus Bortolini, diante da reação agressiva do jogador, solicitou o auxílio da Polícia Militar para garantir a segurança durante a expulsão.

A situação gerou repercussão internacional, especialmente na França, onde veículos de comunicação destacaram o episódio como uma "cena surreal". A intervenção da polícia em campo para assegurar a expulsão de um jogador é um evento raro e chamou a atenção dos jornalistas europeus. A atitude de Diego Ivo, que confrontou o árbitro e apontou o dedo em direção ao seu rosto, levou à decisão de solicitar a presença policial para garantir a segurança do árbitro e a continuidade da partida.

Além da expulsão, o jogo foi marcado por outros incidentes envolvendo a torcida do Paraná Clube. Aos 15 minutos do primeiro tempo, torcedores acenderam sinalizadores e os lançaram no gramado, fazendo com que a partida fosse interrompida por quase dois minutos. Além disso, foram registrados arremessos de objetos, como um cigarro eletrônico e uma pedra, em direção aos jogadores do Paraná Clube. Esses comportamentos agressivos por parte da torcida levantam questões sobre a segurança nos estádios e a necessidade de medidas mais rigorosas para coibir atitudes violentas.

O árbitro Matheus Bortolini, em seu relatório pós-jogo, detalhou os incidentes ocorridos durante a partida. Ele mencionou que, além do comportamento agressivo de Diego Ivo, torcedores do Paraná Clube arremessaram objetos em direção ao gramado, incluindo sinalizadores, um cigarro eletrônico e uma pedra. Essas atitudes não apenas comprometem a segurança dos jogadores e da arbitragem, mas também prejudicam a imagem do futebol paranaense e brasileiro.

A atuação da Polícia Militar durante o incidente foi fundamental para garantir a segurança e a ordem no estádio. A presença policial evitou que a situação se agravasse e permitiu que a partida fosse retomada sem maiores incidentes. No entanto, a necessidade de intervenção policial em campo levanta discussões sobre a eficácia das medidas de segurança nos estádios e a responsabilidade dos clubes e das autoridades na prevenção de comportamentos violentos.

Após a expulsão de Diego Ivo, o Paraná Clube ficou com um jogador a menos em campo, o que influenciou o desempenho da equipe na partida. O Coritiba aproveitou a vantagem numérica e conseguiu ampliar o placar, vencendo o clássico por 2 a 0. Essa derrota consolidou o rebaixamento do Paraná Clube à Divisão de Acesso do Campeonato Paranaense, uma situação que o clube busca evitar a todo custo.

O rebaixamento do Paraná Clube é um reflexo de uma série de fatores, incluindo decisões administrativas, desempenho dos jogadores e questões extracampo. A falta de comprometimento de alguns jogadores, como evidenciado pela saída do atacante Eduardo Tanque para o Santa Cruz antes do jogo decisivo contra o São Joseense, é um exemplo de atitudes que contribuem para o declínio do clube. Além disso, a gestão do clube e as escolhas feitas ao longo da temporada também desempenham um papel crucial nos resultados obtidos.

O técnico Tcheco, que esteve à frente do Paraná Clube durante parte da temporada, reconheceu sua parcela de responsabilidade pelo rebaixamento, mas também apontou falhas na gestão e nas escolhas feitas pela diretoria. Ele criticou a falta de comprometimento de alguns jogadores e a ausência de uma pré-temporada adequada, fatores que, segundo ele, contribuíram para o desempenho abaixo das expectativas.

A situação do Paraná Clube serve como alerta para outros clubes sobre a importância de uma gestão eficiente, comprometimento dos jogadores e medidas eficazes de segurança nos estádios. É fundamental que as autoridades competentes, juntamente com os clubes, trabalhem para prevenir comportamentos violentos e garantir a integridade física de todos os envolvidos nas partidas de futebol.

Em suma, o clássico entre Paraná Clube e Coritiba não foi apenas um confronto esportivo, mas também um reflexo de desafios enfrentados pelo futebol paranaense, incluindo questões de segurança, gestão e comprometimento dos jogadores. É imperativo que lições sejam aprendidas a partir desse episódio para que o futebol local possa evoluir e proporcionar experiências mais seguras e agradáveis para todos os envolvidos.