Seja bem-vindo
Curitiba,26/04/2025

    • A +
    • A -
    Publicidade

    Brasil adota postura firme no comércio global: Lula sanciona Lei da Reciprocidade Comercial

    Legislação fortalece a autonomia comercial brasileira e autoriza retaliações contra países que impõem barreiras injustas, mirando a proteção da indústria nacional

    Agência Brasil
    Brasil adota postura firme no comércio global: Lula sanciona Lei da Reciprocidade Comercial Presidente Lula durante discurso na 9ª Cúpula da Celac, em Honduras, quando defendeu a reação diplomática às tarifas comerciais. Créditos: Ricardo Stuckert / PR.

    Em um momento de tensões comerciais globais, o governo brasileiro dá um passo significativo para defender seus interesses no mercado internacional. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou, nesta sexta-feira (11), a chamada Lei da Reciprocidade Comercial, que autoriza o Brasil a aplicar medidas comerciais contra países ou blocos econômicos que adotem barreiras unilaterais a produtos nacionais. A nova legislação surge em resposta direta à recente escalada protecionista dos Estados Unidos, que sobretaxaram produtos brasileiros, especialmente o aço e o alumínio. A medida foi confirmada pelo Palácio do Planalto e será publicada no Diário Oficial da União na próxima segunda-feira (14).

    Desenvolvimento:

    Entenda o contexto internacional
    A sanção da lei ocorre em meio à intensificação da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, que tem gerado efeitos colaterais em diversas economias, incluindo o Brasil. Recentemente, o governo norte-americano, sob a liderança do presidente Donald Trump, impôs uma tarifa de 10% sobre todas as importações brasileiras, com exceção para o aço e o alumínio, que sofreram sobretaxas de até 25%. O Brasil é hoje o terceiro maior exportador desses metais para os EUA, e a medida afeta diretamente empresas nacionais e empregos no setor industrial.

    A resposta brasileira: o que diz a nova lei
    A Lei da Reciprocidade Comercial estabelece mecanismos legais para que o Brasil possa adotar contramedidas comerciais sempre que for prejudicado por decisões unilaterais de outros países. O Artigo 3º do texto autoriza o Conselho Estratégico da Câmara de Comércio Exterior (Camex) a restringir importações de bens e serviços vindos de países que adotem práticas comerciais desleais. O texto também prevê a obrigatoriedade de tentativas de negociação antes da aplicação das sanções.

    Lula busca equilíbrio diplomático
    Durante discurso na 9ª Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), realizada em Honduras, Lula defendeu a necessidade de equilíbrio nas relações comerciais internacionais e criticou as tarifas adotadas unilateralmente. Segundo o presidente, o Brasil irá utilizar todos os meios legais, incluindo a abertura de processos na Organização Mundial do Comércio (OMC), para contestar medidas que prejudiquem a competitividade brasileira. A retaliação, portanto, não será a primeira opção, mas está agora formalmente prevista em lei.

    Impactos para Curitiba e o Sul do Brasil
    A nova legislação pode ter efeitos importantes para a indústria paranaense, especialmente em cidades como Curitiba, Londrina e Maringá, onde se concentram exportadoras dos setores metalúrgico, automotivo e de tecnologia. Empresas locais, que dependem do acesso competitivo a mercados como o norte-americano e europeu, veem na medida uma forma de garantir isonomia e evitar prejuízos provocados por protecionismos externos.

    De acordo com o economista e professor da UFPR, Cláudio Goulart, a nova lei representa uma evolução na política externa brasileira. "Trata-se de uma medida de autodefesa no comércio global. Ao estabelecer regras claras de reciprocidade, o Brasil envia um recado de que não aceitará ser tratado como parceiro de segunda categoria", afirma.

    Especialistas destacam cautela nas aplicações
    Apesar do tom firme da nova legislação, especialistas em relações internacionais defendem uma abordagem equilibrada e cautelosa na sua aplicação. Isso porque medidas retaliatórias podem gerar reações em cadeia e comprometer acordos comerciais em andamento. "A chave está na diplomacia econômica. A lei dá mais poder de barganha ao Brasil, mas seu uso deve ser bem calculado", analisa Fernanda Reis, consultora da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

    Conclusão:
    A sanção da Lei da Reciprocidade Comercial inaugura uma nova fase na política comercial brasileira. Com respaldo legal, o país passa a contar com um instrumento para proteger sua economia diante de práticas internacionais consideradas injustas. Em tempos de crescente instabilidade nas relações comerciais globais, a iniciativa pode representar um diferencial estratégico para garantir competitividade e soberania nas decisões econômicas do Brasil.




    COMENTÁRIOS

    1

    Buscar

    Alterar Local

    Anuncie Aqui

    Escolha abaixo onde deseja anunciar.

    Efetue o Login

    Recuperar Senha

    Baixe o Nosso Aplicativo!

    Tenha todas as novidades na palma da sua mão.