Seja bem-vindo
Curitiba,26/04/2025

    • A +
    • A -
    Publicidade

    Webb detecta sinais de vida em planeta fora do Sistema Solar

    Gases com origem biológica são encontrados na atmosfera do exoplaneta K2-18 b, a 124 anos-luz da Terra, sugerindo possível vida microbiana

    Portal de Notícias de Curitiba.
    Webb detecta sinais de vida em planeta fora do Sistema Solar Ilustração artística mostra o exoplaneta K2-18 b orbitando uma estrela anã vermelha. Créditos da imagem: NASA/ESA/CSA

    Cientistas detectam bioassinaturas inéditas em planeta fora do Sistema Solar com o Telescópio James Webb


    Uma descoberta considerada histórica por astrônomos de todo o mundo pode marcar um novo capítulo na busca por vida além da Terra. Utilizando o Telescópio Espacial James Webb (JWST), pesquisadores identificaram pela primeira vez a presença de duas substâncias químicas associadas exclusivamente à atividade biológica terrestre na atmosfera de um exoplaneta situado a 124 anos-luz da Terra, na constelação de Leão.


    O planeta, chamado K2-18 b, orbita uma estrela anã vermelha em uma região considerada a "zona habitável", onde a existência de água líquida é possível. Os compostos detectados — sulfeto de dimetila (DMS) e dissulfeto de dimetila (DMDS) — são emitidos na Terra apenas por organismos vivos, principalmente por fitoplâncton marinho, sendo considerados potenciais bioassinaturas.


    Apesar da empolgação da comunidade científica, os especialistas ressaltam que ainda não é possível afirmar com certeza que há vida fora da Terra. "Não estamos anunciando a descoberta de organismos vivos, mas sim a detecção de uma possível bioassinatura", disse o astrofísico Nikku Madhusudhan, da Universidade de Cambridge, autor principal do estudo publicado no Astrophysical Journal Letters.




    Uma nova era na astrobiologia


    A equipe de Madhusudhan já havia detectado a presença de metano e dióxido de carbono na atmosfera de K2-18 b em observações anteriores. Agora, com o auxílio do Webb, lançado em 2021 e operacional desde 2022, foram registradas evidências significativas de DMS e DMDS — gases que, segundo o pesquisador, não podem ser explicados por processos não biológicos conhecidos.


    "Este é um momento transformador na busca por vida além do Sistema Solar", declarou Madhusudhan. "Demonstramos que é possível identificar bioassinaturas com as instalações científicas disponíveis hoje. Entramos na era da astrobiologia observacional."


    A descoberta reforça uma hipótese cada vez mais considerada na astronomia: a existência de mundos oceânicos — exoplanetas cobertos por oceanos líquidos e com atmosferas ricas em hidrogênio, condições consideradas favoráveis à vida microbiana.




    K2-18 b: um mundo oceânico e potencialmente habitável


    Com 8,6 vezes a massa da Terra e 2,6 vezes o seu diâmetro, K2-18 b representa uma categoria de exoplanetas conhecida como sub-Netuno. A presença de elementos como carbono e hidrogênio em sua atmosfera, combinada com sua localização na zona habitável, levanta a possibilidade de que o planeta possua um oceano subterrâneo de água líquida aquecido por processos internos ou por sua órbita em torno da estrela anã.


    Madhusudhan destaca que, se confirmado como um mundo oceânico, K2-18 b poderia abrigar vida microbiana semelhante à dos oceanos terrestres, embora suas águas sejam provavelmente mais quentes.


    O pesquisador, no entanto, reitera que ainda é cedo para especular sobre organismos multicelulares ou vida inteligente. “A suposição básica é de vida microbiana simples”, afirmou.




    Níveis elevados de bioassinaturas


    As análises indicam que os compostos DMS e DMDS foram detectados em concentrações superiores a 10 partes por milhão por volume — milhares de vezes mais do que as concentrações naturais encontradas na atmosfera da Terra.


    "O único cenário que atualmente explica todos os dados é aquele em que o K2-18 b é um mundo oceânico repleto de vida", disse Madhusudhan. "Contudo, é fundamental continuar explorando outras possibilidades com rigor científico."


    A confiança estatística da detecção é de 99,7%, ou seja, ainda há uma margem de erro de 0,3%, o que mantém os pesquisadores em alerta para a necessidade de novas observações e revisões independentes.




    Cautela e validação científica


    Outros especialistas da área, embora animados com os dados, também recomendam cautela. “Os dados do K2-18 b são incrivelmente promissores”, disse Christopher Glein, cientista do Southwest Research Institute, no Texas. “Mas é essencial testar as análises de forma criteriosa. Estou ansioso por revisões independentes que devem ser publicadas em breve.”


    Desde a década de 1990, mais de 5.800 exoplanetas foram identificados fora do nosso sistema solar. A maioria desses corpos celestes não apresenta condições favoráveis à vida como conhecemos. O K2-18 b, no entanto, se destaca como um dos primeiros com potencial habitabilidade sustentada por água líquida e sinais químicos biológicos.


    Essa descoberta pode redefinir os rumos da exploração espacial e impulsionar novas missões dedicadas à astrobiologia. Caso as bioassinaturas sejam confirmadas, K2-18 b se tornará o candidato mais forte à presença de vida fora da Terra já observado.


    ➡️ Siga nosso canal no WhatsApp para receber notícias em tempo real: https://whatsapp.com/channel/0029VbAawh4KgsO0DzB4Xx0p




    COMENTÁRIOS

    1

    Buscar

    Alterar Local

    Anuncie Aqui

    Escolha abaixo onde deseja anunciar.

    Efetue o Login

    Recuperar Senha

    Baixe o Nosso Aplicativo!

    Tenha todas as novidades na palma da sua mão.