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Curitiba,26/04/2025

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    Pilgrim’s Pride, subsidiária da JBS, é a maior doadora para a posse de Trump e expõe força de empresas brasileiras nos EUA

    Contribuição recorde da Pilgrim’s Pride, braço da JBS nos EUA, destaca protagonismo de multinacionais brasileiras no cenário político americano e levanta debates sobre influência, regulamentação e imagem internacional.

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    Pilgrim’s Pride, subsidiária da JBS, é a maior doadora para a posse de Trump e expõe força de empresas brasileiras nos EUA Donald Trump gesticula durante evento de posse da gestão republicana, em Washington. Créditos: Jim Watson / AFP – 20.jan.25

    Em um cenário político internacional cada vez mais interligado, uma empresa com DNA brasileiro ganhou os holofotes durante a cerimônia de posse do presidente Donald Trump, realizada em 20 de janeiro de 2025. A Pilgrim’s Pride, subsidiária da gigante brasileira JBS, foi a maior doadora para o evento, superando empresas tradicionais dos Estados Unidos e gigantes do setor de tecnologia e finanças. O montante de US$ 5 milhões doados pela empresa de origem curitibana — a JBS nasceu no interior de Goiás, mas tem forte presença industrial no Paraná — não só chama atenção pelo valor, mas também pela simbologia: revela o peso de multinacionais brasileiras no jogo de influência global, ao mesmo tempo em que reacende discussões sobre ética, regulamentação e interesses corporativos no coração da política americana.


    A força do agronegócio brasileiro no centro do poder dos EUA

    A JBS, fundada por José Batista Sobrinho e hoje comandada por executivos com ligações próximas ao setor agroindustrial paranaense, já é conhecida mundialmente por sua atuação no processamento de carnes e alimentos. Sua subsidiária, a Pilgrim’s Pride, opera nos Estados Unidos como uma das maiores produtoras de aves do país — segundo dados da própria empresa, cerca de um em cada seis frangos consumidos em território americano vem de suas fábricas. Esse protagonismo reflete não apenas a expansão internacional de um grupo brasileiro, mas também a crescente relevância do agro nacional no cenário econômico dos Estados Unidos, especialmente em estados-chave para a produção e exportação agrícola, como o Paraná.

    No Paraná, por exemplo, a JBS mantém importantes unidades industriais e emprega milhares de pessoas, sendo considerada uma das maiores geradoras de empregos do setor. O impacto econômico regional é significativo, contribuindo para o desenvolvimento de cidades do interior e para a balança comercial brasileira. Entretanto, a presença cada vez maior de empresas brasileiras nos EUA também traz questionamentos sobre os limites da influência estrangeira na política norte-americana.


    Recorde de arrecadação e a presença de multinacionais brasileiras

    O relatório de doações para a posse de Trump em 2025 revelou um novo recorde: foram US$ 239 milhões arrecadados, valor mais de duas vezes superior ao registrado em 2017. A Pilgrim’s Pride liderou esse ranking, seguida pela Ripple Labs (US$ 4,9 milhões), Chevron, Robinhood, bancos como JPMorgan, além de gigantes da tecnologia e do setor farmacêutico. A lista de grandes doadores incluiu ainda nomes como Amazon, Google, Bayer, Pfizer, McDonald’s e Delta.

    A legislação dos EUA proíbe doações diretas de estrangeiros para comitês de posse presidencial, mas permite que empresas registradas em solo americano — ainda que subsidiárias de multinacionais estrangeiras — façam contribuições sem limite de valor. Esse detalhe jurídico é fundamental para entender como empresas brasileiras, por meio de suas filiais, conseguem atuar diretamente nos bastidores da política americana.

    Segundo especialistas em relações internacionais, o movimento reforça a busca das multinacionais por influência e proximidade com o poder, especialmente em governos que adotam políticas protecionistas ou têm histórico de mudanças regulatórias importantes para setores estratégicos, como o alimentício e o agroindustrial.


    O impacto para a imagem da JBS e os reflexos no Brasil

    A expressiva doação da Pilgrim’s Pride para a posse de Trump trouxe tanto visibilidade quanto questionamentos à JBS e, por consequência, ao Brasil. Organizações ambientais americanas e representantes do setor agrícola local já manifestaram preocupação com a ampliação do poder de lobby de multinacionais estrangeiras, em especial num momento em que questões como sustentabilidade, desmatamento e padrões de produção ganham centralidade no debate público.

    No Brasil, a repercussão também não passou despercebida. Entidades do agronegócio paranaense ressaltaram o papel estratégico da JBS e de suas subsidiárias para o avanço das exportações, geração de empregos e inovação tecnológica. Por outro lado, especialistas em transparência e ética empresarial alertam para a necessidade de fiscalização e maior clareza sobre os objetivos dessas contribuições, a fim de evitar conflitos de interesse e garantir que a atuação internacional de empresas brasileiras seja alinhada aos princípios de responsabilidade social e governança.

    Além disso, a doação recorde ocorre no mesmo período em que a JBS anuncia a autorização da SEC — a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA — para sua dupla listagem na bolsa americana, ampliando o acesso da companhia a investidores internacionais e fortalecendo sua presença no mercado global.


    Relações bilaterais e o novo protagonismo brasileiro

    A participação ativa de uma subsidiária da JBS na posse de Trump também serve como exemplo do novo papel que grandes empresas brasileiras desempenham no cenário internacional. No contexto das relações Brasil-EUA, ações como essa reforçam a importância do diálogo econômico entre os dois países e destacam o potencial de empresas nacionais em influenciar agendas globais.

    Curitiba, reconhecida por sua forte tradição em inovação e desenvolvimento sustentável, observa de perto esses movimentos. Lideranças locais do setor industrial e do agronegócio veem na atuação de empresas como a JBS uma oportunidade de projetar a imagem do Paraná e do Brasil como referências em produção de alimentos, tecnologia e responsabilidade socioambiental. Contudo, o desafio é equilibrar os interesses comerciais com a necessidade de transparência, sustentabilidade e respeito às legislações de ambos os países.


    Reflexão final: o futuro das multinacionais brasileiras no exterior

    A presença da Pilgrim’s Pride entre as principais financiadoras da posse presidencial nos EUA marca um novo capítulo para as multinacionais brasileiras, especialmente em setores estratégicos como o agroalimentar. Enquanto algumas vozes defendem o fortalecimento da influência internacional do Brasil por meio de suas grandes empresas, outras alertam para os riscos de distanciamento dos valores éticos e das demandas sociais que têm pautado o debate global.

    Para Curitiba e o Paraná, o episódio reforça a necessidade de acompanhar de perto a atuação de empresas locais no exterior, buscando sempre o equilíbrio entre crescimento econômico, geração de empregos e compromisso com as melhores práticas internacionais. O tema deve permanecer no centro das discussões sobre o papel do Brasil no mundo, especialmente diante de um cenário político e econômico cada vez mais integrado e competitivo.


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