Você sabia que jovens brasileiros do Distrito Federal estão entre os grandes nomes da robótica mundial? Em uma conquista inédita e emocionante, a equipe Federal Force, formada por 14 estudantes do Sesi e Senai-DF, foi premiada em uma das maiores competições de robótica do planeta, realizada no Texas, Estados Unidos, no último dia 19. Em meio a mais de 15 mil participantes de 17 países, os brasilienses mostraram talento, criatividade e engajamento social, trazendo para casa o cobiçado prêmio Rookie All-Star, dedicado às equipes estreantes que se destacam na First Robotics Competition (FRC). O feito marca uma nova era para a educação técnica no DF e coloca Brasília no mapa da inovação tecnológica global.

Superando barreiras e fronteiras: a trajetória da Federal Force

A Federal Force não apenas competiu — enfrentou 74 equipes de altíssimo nível, cada uma com diferentes estratégias e robôs avançados, vindos dos quatro cantos do mundo. O torneio, organizado pela renomada First (For Inspiration and Recognition of Science and Technology), contou com 601 equipes, divididas em oito divisões nomeadas em homenagem a personalidades científicas históricas.

O grupo brasiliense, composto por jovens de diferentes escolas públicas e privadas do Distrito Federal, dedicou seis meses de intensivos estudos e treinamentos para criar o robô Griffo, desenvolvido sempre em contraturno escolar. O resultado dessa dedicação foi reconhecido não só pelo desempenho técnico, mas também pelo comprometimento com os valores da competição, como colaboração, ética, criatividade e impacto social.

“É incrível ver que tudo aquilo que aprendemos pode se transformar em algo tão grandioso. Não tenho palavras para descrever a felicidade de sermos reconhecidos internacionalmente”, compartilhou Victor de Oliveira, um dos integrantes da equipe, ao retornar a Brasília.

Griffo: inovação e criatividade brasileira em destaque

O protagonista da conquista é o robô Griffo, batizado em homenagem à criatura mitológica que reúne corpo de leão e asas de águia. Com impressionantes 71,2 cm de largura, 72 cm de comprimento e 90 cm de altura, Griffo foi projetado para realizar tarefas complexas: pendurar-se em estruturas, coletar e transportar objetos e operar de forma autônoma a partir de comandos programados.

“Desenvolver o Griffo foi um desafio enorme, especialmente com os recursos limitados em relação a equipes de outros países”, revela Ana Clara Souza, responsável pela programação do robô. “A gente sabia que precisava ser criativo, então adaptamos materiais nacionais e buscamos soluções colaborativas para cada etapa do projeto”.

Além da parte técnica, o diferencial da Federal Force foi unir tecnologia e responsabilidade social. Durante a preparação, os estudantes realizaram atividades educativas em escolas e instituições de acolhimento do DF, ensinando física e química na prática e construindo foguetes com materiais recicláveis junto a crianças e adolescentes. Essa ação social foi fundamental para garantir o prêmio Rookie All-Star.

Robótica como transformação: impactos para o DF e o Brasil

A conquista da Federal Force não é apenas um troféu na prateleira: representa uma virada de chave para o ensino de robótica e tecnologia no Distrito Federal e serve de inspiração para todo o Brasil. É a primeira vez que equipes do Sesi-DF e Senai-DF chegam ao First Championship, maior evento do segmento, quebrando barreiras históricas e estimulando a inclusão de jovens em áreas estratégicas para o futuro do país.

Segundo Bernardo Alves, outro membro da equipe, a experiência vai além da competição: “Ser reconhecido lá fora abriu portas para a gente. Um de nossos colegas, inclusive, foi convidado a atuar como juiz na próxima edição do torneio. Isso mostra que nosso potencial é enorme e que o Brasil pode liderar na inovação”.

A participação ativa de estudantes brasileiros em torneios internacionais fortalece políticas públicas de incentivo à ciência, tecnologia e inovação. Dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI) indicam que alunos envolvidos em projetos de robótica apresentam desempenho escolar acima da média e maior interesse por carreiras em Engenharia, Tecnologia e Ciências Exatas.

O futuro da robótica brasileira: próximos passos e desafios

O feito da Federal Force gera um efeito cascata: escolas públicas e privadas do Distrito Federal já se movimentam para ampliar seus clubes de robótica, enquanto governos estaduais e municipais buscam ampliar investimentos em laboratórios, formação de professores e participação em eventos nacionais e internacionais.

Além disso, o resultado em solo americano coloca pressão para que políticas de incentivo à ciência sejam aprimoradas, tornando o acesso à tecnologia e à robótica mais democrático. O próprio Sesi e Senai-DF planejam expandir o programa de educação tecnológica, formando novas equipes e ampliando as ações de impacto social — da sala de aula ao pódio internacional.

Para os jovens, a experiência é inesquecível: “Mostramos que, mesmo com dificuldades, podemos competir de igual para igual com equipes do mundo inteiro. Isso nos inspira a sonhar cada vez mais alto”, diz Victor.

Conclusão

O sucesso da Federal Force em um dos palcos mais prestigiados da robótica internacional é uma prova do potencial transformador da educação técnica brasileira. Para Brasília, o prêmio é motivo de orgulho e reforça a vocação da capital para a inovação. Para o Brasil, é um convite ao investimento contínuo em ciência e tecnologia, garantindo que mais jovens possam alcançar voos ainda mais altos nos próximos anos.

Acompanhe as próximas etapas e inspire-se com histórias que transformam o presente e constroem o futuro da nossa juventude.