Jovem morre atropelado por ônibus na BR-376 em Palmeira, Paraná
Acidente ocorreu durante a madrugada deste sábado (26) nos Campos Gerais; motorista e passageiros do ônibus não se feriram, segundo a PRF.

A travessia de rodovias federais no Paraná continua sendo um desafio marcado por tragédias. Um grave acidente na BR-376, registrado na madrugada deste sábado (26) em Palmeira, nos Campos Gerais, resultou na morte de um homem que tentava atravessar a pista. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o atropelamento aconteceu por volta das 2h30 e mobilizou equipes de resgate e investigação. O caso reforça a preocupação constante com a segurança de pedestres em rodovias movimentadas do estado.
Detalhes do acidente e informações oficiais
O acidente aconteceu em um trecho da BR-376, uma das principais ligações entre Curitiba e o interior do Paraná, nas proximidades do município de Palmeira. De acordo com informações da PRF, o ônibus trafegava no sentido Curitiba–Ponta Grossa, quando o pedestre tentou atravessar a via e acabou sendo atingido pelo veículo. O impacto foi fatal, e a vítima, um homem com idade estimada entre 45 e 55 anos, não portava documentos, o que dificultou sua identificação imediata.
No ônibus envolvido na ocorrência, viajavam 35 passageiros, além do motorista. Conforme dados repassados pela polícia, todos os ocupantes do coletivo saíram ilesos. O condutor do veículo foi submetido ao teste do bafômetro, que não apontou consumo de álcool. O corpo do homem foi encaminhado ao Instituto Médico-Legal (IML) de Ponta Grossa, onde aguarda identificação por familiares ou conhecidos.
A PRF informou que o trecho permaneceu parcialmente interditado durante o atendimento à ocorrência, mas não houve registro de congestionamento significativo. O acidente está sendo investigado, e testemunhas devem ser ouvidas nos próximos dias para esclarecer as circunstâncias exatas do atropelamento.
BR-376: um retrato da preocupação com segurança nas rodovias do Paraná
A BR-376 é uma das principais rodovias federais do Sul do Brasil, cruzando importantes cidades paranaenses e servindo como corredor para o transporte de passageiros e cargas. Trechos que passam por áreas urbanas e rurais exigem atenção redobrada dos motoristas e, sobretudo, dos pedestres, que muitas vezes arriscam a travessia em locais sem estrutura adequada.
Segundo o Atlas da Acidentalidade no Transporte Brasileiro, o Paraná é um dos estados com maior número de registros de acidentes envolvendo pedestres em rodovias federais. Em 2023, somente nas estradas do estado, foram contabilizados mais de 500 casos de atropelamento, com dezenas de vítimas fatais, principalmente durante a noite e madrugada, períodos de menor visibilidade e movimento reduzido.
Em Palmeira e região dos Campos Gerais, a ausência de passarelas e sinalização adequada em alguns pontos críticos tem sido alvo de cobranças de moradores e autoridades locais. A necessidade de investimentos em infraestrutura de segurança é reconhecida por especialistas em trânsito, que alertam para o risco crescente em áreas de travessia não autorizada.
Impacto para a comunidade e reflexões sobre prevenção
Casos como o ocorrido na BR-376 têm forte impacto social, atingindo não só familiares das vítimas, mas também motoristas, passageiros e a comunidade local. A sensação de insegurança nas rodovias alimenta discussões sobre medidas urgentes para evitar novas tragédias. Em Curitiba e demais cidades do Paraná, campanhas de conscientização, instalação de passarelas, iluminação e reforço na fiscalização têm sido debatidas como alternativas viáveis.
O professor Luiz Henrique da Silva, especialista em transporte e segurança viária da Universidade Federal do Paraná (UFPR), destaca: “O Paraná possui uma das maiores malhas rodoviárias do país e enfrenta desafios relacionados à travessia segura de pedestres. Investimentos em infraestrutura e educação são fundamentais para reduzir o número de acidentes fatais”.
Além das ações estruturais, orientações da PRF recomendam que pedestres busquem sempre locais seguros para atravessar, utilizem roupas claras em períodos noturnos e, se possível, evitem caminhar ao longo das rodovias.
Contexto nacional: acidentes com pedestres nas rodovias brasileiras
O cenário verificado em Palmeira reflete uma realidade preocupante em todo o Brasil. Dados da Polícia Rodoviária Federal apontam que, em 2023, ocorreram mais de 6 mil atropelamentos em rodovias federais no país, resultando em aproximadamente 1.500 mortes. Os acidentes com pedestres representam cerca de 10% das ocorrências nas estradas federais, sendo maioria absoluta durante a noite.
Além do risco para quem atravessa a pista, motoristas de ônibus e caminhões também são impactados psicologicamente por incidentes desse tipo, como ressaltam associações do setor. Treinamentos frequentes e suporte emocional são recomendados para os profissionais do volante que se envolvem, ainda que involuntariamente, em ocorrências fatais.
Esforços e perspectivas para um trânsito mais seguro
Diante do quadro de insegurança, órgãos como o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e a própria PRF têm intensificado ações educativas e de fiscalização, principalmente em regiões com maior incidência de atropelamentos. Projetos de duplicação de pistas, iluminação de trechos urbanos e construção de passarelas integram as propostas para os próximos anos, com recursos previstos no Plano Nacional de Segurança Viária.
Em Curitiba, iniciativas como o programa Vida no Trânsito buscam reduzir acidentes por meio de parceria entre prefeitura, polícias e sociedade civil, levando orientações às escolas e promovendo campanhas específicas em datas de maior movimento, como feriados e férias escolares.
Conclusão
O acidente fatal na BR-376 em Palmeira expõe, mais uma vez, a vulnerabilidade de pedestres nas rodovias do Paraná e do Brasil. Investir em infraestrutura, educação e fiscalização é fundamental para evitar que tragédias como essa se repitam. Para a população curitibana e paranaense, o caso reforça a importância de políticas públicas e iniciativas conjuntas para garantir a segurança de todos nas estradas, seja quem trafega, trabalha ou simplesmente tenta atravessar o caminho.
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