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Curitiba,27/04/2025

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    Idoso sofre acidente grave ao ser atropelado por trem enquanto cruzava linha férrea em Mandaguari

    Ocorrência levanta debate sobre segurança em linhas férreas no Paraná; vítima de 75 anos foi socorrida em estado grave pelo Samu e encaminhada de helicóptero para o HU de Maringá.

    Portal de Notícias de Curitiba.
    Idoso sofre acidente grave ao ser atropelado por trem enquanto cruzava linha férrea em Mandaguari Linha férrea onde ocorreu o acidente grave envolvendo um idoso de 75 anos, na manhã deste sábado (26), no centro de Mandaguari (PR). Crédito: Foto: Reprodução/Redes Sociais

    Na manhã deste sábado (26), o centro de Mandaguari, cidade localizada no norte do Paraná, foi palco de um grave acidente envolvendo um idoso de 75 anos e uma composição ferroviária. Ao tentar atravessar a linha férrea de motocicleta, o homem acabou sendo atingido pelo trem, resultando em traumatismo craniano grave e traumatismo torácico. A situação mobilizou rapidamente o Corpo de Bombeiros e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que, diante da gravidade, realizou o resgate da vítima com o auxílio de um helicóptero, encaminhando o idoso ao Hospital Universitário de Maringá. O caso reacende discussões sobre a segurança em travessias de linha férrea, especialmente em regiões urbanas do Paraná e do Brasil, onde acidentes desse tipo ainda representam preocupação para autoridades e moradores.




    A ocorrência em Mandaguari: o que se sabe


    Segundo informações do Samu e do Corpo de Bombeiros, a vítima tentava cruzar a linha férrea em um ponto que não é uma via regular para veículos, ou seja, a travessia era considerada irregular e não autorizada para motociclistas ou automóveis. As equipes de resgate foram acionadas por volta das 9h, e, ao chegarem ao local, encontraram o idoso com lesões graves, incluindo traumatismo craniano e torácico. O rápido atendimento, com o uso do helicóptero do Samu, foi fundamental para encaminhar a vítima, em estado grave, ao Hospital Universitário de Maringá, referência regional em atendimento de alta complexidade.


    As causas do acidente ainda estão sendo apuradas, mas a principal suspeita, segundo o Samu, é de que o idoso não tenha percebido a aproximação da locomotiva no momento da travessia. A concessionária Rumo, responsável pela malha ferroviária que corta Mandaguari, foi acionada para comentar o ocorrido e eventuais medidas de prevenção, mas até o momento não retornou ao pedido de posicionamento da reportagem.




    Segurança em linhas férreas: desafio histórico no Paraná


    O acidente em Mandaguari está longe de ser um caso isolado. No Paraná, o cruzamento de linhas férreas por pedestres, ciclistas e motociclistas ainda ocorre frequentemente em pontos irregulares, muitas vezes pela ausência de passagens oficiais ou de sinalização adequada. Dados da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) apontam que, em 2023, mais de 40 acidentes foram registrados em travessias ferroviárias no estado, resultando em dezenas de feridos e, infelizmente, algumas fatalidades.


    Curitiba, capital do Paraná, também já registrou episódios semelhantes, principalmente em regiões onde a linha férrea cruza áreas densamente povoadas, como nos bairros do Cajuru e do Capão da Imbuia. Nesses locais, a presença de trilhos corta vias importantes, e, mesmo com sinalização, ainda há registros de travessias irregulares e de descuidos por parte de condutores e pedestres.


    O Corpo de Bombeiros do Paraná ressalta que, além das campanhas de conscientização, é essencial o reforço da fiscalização em áreas de risco e a implementação de barreiras físicas para impedir o acesso não autorizado às linhas. “Infelizmente, muitos acidentes são provocados por imprudência ou desconhecimento das normas de segurança. Toda travessia deve ser feita somente nos pontos autorizados”, afirma o tenente-coronel André de Souza, do Corpo de Bombeiros de Curitiba.




    Como é feita a prevenção e quais os desafios?


    As concessionárias responsáveis pela malha ferroviária, como a Rumo, afirmam que investem em sinalização, manutenção e campanhas de conscientização. Porém, o desafio maior está justamente nos locais onde a urbanização avançou sem o devido planejamento, tornando inevitável o contato entre trilhos e circulação de pessoas e veículos.


    Segundo o Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV), em todo o Brasil, foram mais de 600 acidentes em linhas férreas ao longo de 2023, com 85 mortes registradas. A maioria ocorreu em travessias clandestinas ou irregulares, muitas vezes improvisadas por moradores para facilitar o deslocamento entre bairros.


    O professor de Engenharia de Transportes da UFPR, Luiz Roberto Pereira, explica que “o ideal seria que toda travessia ferroviária em área urbana tivesse estrutura adequada, com cancela automática, sinal sonoro e iluminação reforçada. No entanto, nem sempre isso é possível, especialmente em cidades de porte médio, como Mandaguari, onde os recursos públicos são limitados.”




    Impactos sociais e demandas locais


    Para a população de Mandaguari e de outros municípios do Paraná cortados por trilhos, o episódio traz preocupação. Moradores próximos relatam que travessias irregulares são comuns, seja por necessidade ou falta de opções seguras de deslocamento. A Prefeitura local informou que há projetos em análise para criação de novas passagens oficiais e reforço da sinalização, mas não existe previsão de implantação imediata.


    Em Maringá, cidade referência em saúde na região, o Hospital Universitário já atendeu ao menos cinco vítimas de acidentes ferroviários graves nos últimos dois anos, sendo três delas provenientes de cidades menores do entorno. “Esses acidentes têm consequências sérias para as famílias e sobrecarregam o sistema de saúde”, destaca a enfermeira Camila Menezes, do HU.


    Em Curitiba, a prefeitura mantém convênio com a concessionária para realização periódica de campanhas educativas, principalmente em escolas próximas a áreas de risco. A expectativa é que essas ações ajudem a reduzir o número de ocorrências e promovam uma cultura de segurança no trânsito ferroviário.




    O que pode mudar após o caso de Mandaguari?


    A comoção causada pelo acidente deste sábado pode acelerar discussões locais sobre a necessidade de políticas públicas para segurança em ferrovias. Organizações como a Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (ABIFER) defendem investimentos em infraestrutura, modernização de passagens e tecnologia de monitoramento. Também destacam a importância do envolvimento comunitário para mapear pontos críticos e buscar soluções junto ao poder público.


    Em âmbito estadual, parlamentares já debatem projetos de lei para tornar obrigatória a instalação de dispositivos de segurança e a realização de campanhas anuais de prevenção em todos os municípios cortados por linhas férreas. O objetivo é reduzir drasticamente o número de acidentes e salvar vidas.




    Conclusão


    O grave acidente em Mandaguari evidencia a urgência de soluções para um problema antigo no Paraná e no Brasil: a convivência entre a expansão urbana e a presença de linhas férreas. A falta de infraestrutura adequada e de fiscalização contribui para que tragédias continuem ocorrendo, muitas vezes em áreas de grande circulação. A sociedade paranaense e brasileira precisa cobrar e participar das discussões sobre mobilidade e segurança, para que casos como o deste sábado não se repitam e para que as cidades possam crescer de forma mais segura e integrada ao sistema ferroviário.




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