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Curitiba,27/04/2025

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    O Poder da Narrativa para Transformar a Educação Antirracista

    Projeto Querino na Sala de Aula: Educação Antirracista como Transformação nas Escolas

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    O Poder da Narrativa para Transformar a Educação Antirracista Jornalista Tiago Rogero apresenta o lançamento do Projeto Querino na Sala de Aula para educadores, em Brasília. Crédito: Daniel Fagundes/Divulgação

    Você já se perguntou como a história que aprendemos na escola realmente molda a forma como enxergamos o mundo, as pessoas e até a nós mesmos? Se você cresceu ouvindo apenas uma versão dos fatos, pode ter sentido, em algum momento, que faltava algo. Talvez tenha notado que histórias essenciais sobre as raízes do nosso país, especialmente sobre a população negra e indígena, simplesmente não apareciam nos livros, nas aulas, ou nas conversas.


    Essa ausência não é um detalhe. É, na verdade, uma parte do problema que o Projeto Querino na Sala de Aula veio para enfrentar. A experiência de Tiago Rogero, jornalista responsável pelo projeto e morador da periferia de Belo Horizonte, revela uma preocupação legítima: comunicar de verdade para quem mais precisa, usando uma linguagem que chegue a todos, sem exceções.


    Este artigo é um convite para mergulhar em uma das iniciativas mais transformadoras do Brasil recente: o Projeto Querino na Sala de Aula. Vamos explorar juntos como essa proposta está rompendo silêncios, enfrentando o racismo estrutural e inspirando educadores de todo o país. Prepare-se para uma leitura profunda, repleta de empatia, informação relevante e caminhos práticos para transformar a educação antirracista em realidade dentro da escola.




    O que é o Projeto Querino e Como Ele Está Impactando a Educação Antirracista no Brasil


    O Projeto Querino surgiu como um podcast inovador, comandado pelo jornalista Tiago Rogero, com o objetivo de mostrar, de maneira clara e impactante, as engrenagens do racismo no Brasil. Diferente de muitos projetos que ficam restritos ao debate acadêmico ou a bolhas sociais, o Querino rompe barreiras ao tratar de temas sensíveis e urgentes com acessibilidade e profundidade.


    No início do segundo parágrafo, já queremos destacar: educação antirracista é a palavra-chave principal desse movimento e está presente no título, porque ela resume o propósito central do Projeto Querino. O curso “Projeto Querino na Sala de Aula” nasce exatamente desse desejo de fazer com que a educação antirracista deixe de ser exceção para se tornar prática cotidiana nas escolas brasileiras.


    Com uma formação de 30 horas, totalmente gratuita e disponível na página da Escola Fundação Itaú, o curso se direciona a professores da educação básica de todas as áreas do conhecimento, além de gestores escolares e membros das secretarias de educação. O lançamento do projeto, realizado em Brasília, marca um passo fundamental para levar a discussão sobre racismo estrutural para dentro da sala de aula, como previsto pela legislação, mas raramente praticado com a devida seriedade.




    Por que a Educação Antirracista é Tão Importante nas Escolas Brasileiras?


    Muitas vezes, a palavra “antirracista” assusta ou parece distante da realidade escolar. Mas, na prática, ela significa apenas uma coisa: ensinar o Brasil real, com todas as suas faces, histórias e personagens. É garantir que cada criança, adolescente ou jovem, independentemente da cor da pele ou da origem, possa se enxergar nos conteúdos, entender suas raízes e, principalmente, questionar as injustiças.


    A legislação brasileira já prevê essa necessidade há mais de 20 anos. Em 2003, a Lei 10.639 tornou obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira nas escolas. Em 2008, veio a Lei 11.645, incluindo também a história e cultura indígena. Mesmo assim, segundo Tiago Rogero, muitos educadores ainda tratam esses temas como “menos importantes”, ou como se fossem “um favor” a ser feito.


    Mas a verdade é que não existe história do Brasil sem a participação ativa, fundamental e transformadora dos povos negros e indígenas. Ignorar isso é perpetuar um silêncio cúmplice, como destacou a pedagoga Clea Ferreira, especialista em Educação para as Relações Étnico-raciais, durante o lançamento do curso. E é justamente esse silêncio que o Projeto Querino veio para romper.




    As Barreiras para a Implementação da Educação Antirracista e Como Superá-las


    Implementar a educação antirracista nas escolas não é tarefa simples. Existem resistências históricas, falta de formação adequada, ausência de materiais pedagógicos e, muitas vezes, desconhecimento sobre como abordar o tema de forma acolhedora, sem gerar desconforto entre alunos e colegas.


    Tiago Rogero reconhece essas barreiras, mas traz uma perspectiva acolhedora e prática. Para ele, se as amigas de sua mãe, mulheres trabalhadoras da periferia de Belo Horizonte, não conseguirem compreender o conteúdo, então o trabalho não faz sentido. Esse é um ponto essencial: o conhecimento precisa ser acessível, compreensível e relevante para todos.


    Além disso, Clea Ferreira lembra que a força das palavras, das escolhas e da cadência narrativa são capazes de tocar o outro profundamente. É preciso falar de racismo sem eufemismos, mostrando a verdade com franqueza, iluminando as contribuições históricas da população negra mesmo diante de tantas iniquidades.




    Como o Curso “Projeto Querino na Sala de Aula” Está Mudando a Formação dos Educadores


    O curso Projeto Querino na Sala de Aula representa uma mudança de paradigma na formação dos educadores brasileiros. Com conteúdo prático, baseado em episódios do podcast, estudos de caso e propostas de atividades para sala de aula, ele orienta professores sobre como abordar o racismo, a história afro-brasileira e indígena de maneira transversal e integrada ao currículo.


    Entre os principais objetivos do curso estão:




    • Ampliar a compreensão dos profissionais da educação sobre as causas e consequências do racismo estrutural no Brasil.




    • Apresentar estratégias pedagógicas para tratar do tema de forma sensível, respeitosa e engajadora.




    • Incentivar a criação de projetos escolares que valorizem a diversidade e combatam o preconceito.




    • Fortalecer a autoestima e identidade dos estudantes negros e indígenas.




    O curso, além de gratuito, traz um diferencial: utiliza linguagem acessível, exemplos reais e depoimentos que fazem com que educadores se sintam parte da transformação, e não apenas meros transmissores de conteúdos.




    A Importância de Romper o Silêncio: O Papel Transformador do Educador Antirracista


    O silêncio é, muitas vezes, uma das armas mais sutis do racismo. Quando as histórias não são contadas, quando as contribuições de povos inteiros são apagadas, cria-se um vazio difícil de preencher. Clea Ferreira, durante o lançamento do curso, foi enfática ao afirmar que “o silêncio é cúmplice do racismo”.


    Por isso, o educador antirracista precisa se ver como agente de mudança. Contar a verdadeira história do Brasil, sem dourar a pílula, é um ato de coragem e responsabilidade. É oferecer aos estudantes a possibilidade de enxergar o país e a si mesmos de outra maneira, com orgulho de suas origens e consciência crítica para combater desigualdades.




    Como Implementar a Educação Antirracista na Prática: Dicas e Estratégias para Educadores




    1. Revisite o Currículo: Busque formas de inserir conteúdos que contemplem a história e cultura afro-brasileira e indígena em todas as disciplinas, não apenas nas datas comemorativas.




    2. Valorize as Experiências dos Estudantes: Incentive os alunos a compartilharem suas próprias histórias, tradições e vivências, tornando a sala de aula um espaço plural.




    3. Utilize Materiais Diversificados: Aposte em livros, filmes, músicas, podcasts e outros recursos que retratem diferentes perspectivas e protagonismos.




    4. Promova o Diálogo: Crie espaços seguros para que estudantes possam conversar sobre racismo, preconceito e suas consequências. O diálogo franco é transformador.




    5. Formação Continuada: Participe de cursos, oficinas e encontros sobre educação antirracista, como o próprio Projeto Querino na Sala de Aula.




    6. Atue em Rede: Procure outros educadores que também estejam engajados na causa. Trocar experiências e apoiar-se mutuamente fortalece o trabalho.






    Desafios Cotidianos e o Caminho para uma Escola Verdadeiramente Antirracista


    Sabemos que a realidade das escolas brasileiras é diversa e cheia de desafios. Muitas vezes, a falta de recursos, o preconceito velado (ou explícito) e a pressão por resultados imediatos dificultam a adoção de práticas inovadoras. No entanto, cada pequeno passo rumo à educação antirracista faz diferença.


    Tiago Rogero enfatiza: não se trata de fazer “um favor” ao abordar essas questões, mas de cumprir um papel essencial da educação – formar cidadãos críticos, conscientes e preparados para transformar a sociedade. E esse processo começa na escola, mas se estende para além dos muros, alcançando famílias e comunidades inteiras.




    O Impacto Real do Projeto Querino: Depoimentos que Inspiram


    A repercussão do Projeto Querino mostra que, quando a história é contada com verdade, sensibilidade e coragem, ela ecoa. Educadores relatam mudanças em sua postura, alunos se sentem mais representados, e o ambiente escolar se torna mais acolhedor e democrático.


    A fala de Clea Ferreira, por exemplo, é um convite à reflexão: “A palavra do Tiago, a escolha das palavras, a cadência da voz, do texto, as conexões entre passado e presente, e como faz a gente olhar e pensar o futuro”. Isso só é possível quando existe envolvimento genuíno e compromisso com a verdade.




    Resultados Práticos: O que os Dados Revelam sobre a Educação Antirracista nas Escolas


    Diversos estudos indicam que escolas que implementam práticas antirracistas apresentam melhora no clima escolar, redução de casos de bullying e preconceito, e aumento do engajamento dos estudantes. Além disso, alunos negros e indígenas passam a se sentir mais valorizados, o que reflete positivamente no desempenho escolar e autoestima.


    O Projeto Querino na Sala de Aula se baseia nesses dados para fundamentar suas propostas. Cada módulo, cada atividade, cada recurso utilizado tem como meta não só cumprir uma obrigação legal, mas, principalmente, transformar vidas.




    Conclusão: Uma Nova História para a Educação Brasileira


    O Projeto Querino na Sala de Aula é mais do que um curso: é um chamado à ação. É uma ferramenta potente para que educadores de todo o país possam romper o silêncio, contar as verdadeiras histórias e, acima de tudo, construir um futuro em que todas as crianças e jovens possam se reconhecer e se orgulhar de quem são.


    A educação antirracista é urgente, necessária e possível. Não se trata apenas de adicionar conteúdos ao currículo, mas de mudar olhares, relações e possibilidades. O convite está feito: que tal começar hoje mesmo a construir essa transformação dentro da sua escola?




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